
O dia doze de outubro de 2025 vai ficar marcado pela minha volta ao mundo das corridas de rua após uma pausa ocasionada por uma fratura no quinto metatarso direito.
Depois de cinco anos ausente do calendário de corridas de rua de Curitiba a Corrida da Ponte voltou com a sua sexta edição.
Tenho um carinho muito especial por esta corrida pois ela é realizada em um local próximo da minha casa.
Assim como faço em todas as corridas que participo cheguei na arena do evento cerca de uma hora antes da largada.
Logo encontrei várias pessoas queridas com quem fui compartilhando a minha energia positiva.
Nas semanas que antecederam a prova tive a oportunidade de treinar no percurso e observar os principais detalhes.
Não defini um tempo para conclusão da prova. No entanto tinha uma expectativa muito grande por ser a minha primeira corrida depois de dois meses de fortalecimento.
Procurei manter um ritmo confortável e ajustando conforme as características do percurso. Além disto evitei caminhar nos trechos de subida.
Pouco depois de completar o km 4 vi uma atleta tropeçar e cair alguns metros na minha frente.
Ela caiu com os braços esticados e as mão espalmadas no chão. Levantou lentamente e olhou para as mão raladas.
Imediatamente falei “Não olha, continua, você é forte. Ela foi em direção a calçada, olhou para mim e fez um sinal agradecendo.
Cruzei a linha de chegada com o tempo de 37:31. Fiquei muito feliz com o resultado pois consegui baixar dez segundos em relação a corrida do dia 14/09 quando eu tinha um mês de fortalecimento.
Como a corrida de hoje tinha apenas a prova de 5 km todos os atletas dividiram o mesmo percurso. A maioria das corridas tem provas de 5 e 10 km e em determinado ponto ocorre a separação dos atletas.
O meu melhor tempo nos 5 km é 35:56 e bater o meu recorde pessoal era um dos meus desejos.
Até o km 3 ele era uma realidade, mas apesar de estar bem fisicamente não consegui realizar as ultrapassagens necessárias.
Apesar de não ter conseguido bater o recorde pessoal por ter conseguido correr com tranquilidade durante a maior parte do tempo. Mesmo nos momentos em que caminhei foi por pouco tempo.
Os 112 dias desde a fratura me ensinaram que:
- Lesões podem ser recomeços. Às vezes, o corpo faz uma parada para que a mente possa se reorganizar.
- Fortalecer é tão importante quanto correr. A base sustenta o movimento. E sem ela, não há progresso duradouro. Depois da corrida de hoje posso dizer que os exercícios de fortalecimento fizeram a diferença.
- Paciência também é treino. Esperar, respeitar, confiar — tudo isso exige disciplina.
- O corpo responde quando é respeitado. E quando você cuida dele, ele te leva mais longe do que você imaginava.
Cada passo dessa recuperação foi um lembrete de que o caminho importa tanto quanto a chegada. E que, sim às vezes, o retorno é mais forte que a largada.
Da fratura à corrida: uma jornada de superação