Deixando o sedentarismo de lado

Em setembro de 2011 deixei o sedentarismo de lado e resolvi dar uma caminhada nas ruas próximas da minha casa. Em uma hora percorri quase sete quilômetros. A partir de então as caminhadas de uma hora passaram a ser uma rotina. Aos poucos percebi uma melhora no meu condicionamento e consegui caminhar mais rápido. Da caminhada para o trote foi uma questão de tempo.

No início de agosto de 2012 participei da minha primeira corrida de rua. Segui num ritmo confortável sem me preocupar com o tempo. Quando percebi que poderia completar os cinco quilômetros antes dos quarenta minutos acelerei as minhas passadas. Terminei a prova um pouco ofegante.

Em novembro tive a oportunidade de participar de uma corrida de três quilômetros. Fiquei satisfeito com o resultado pois consegui correr num ritmo mais rápido que na primeira corrida.

Era grande a expectativa para a temporada de 2013, pois teria condições de participar de várias provas de cinco quilômetros. Afinal de contas agora eu fazia parte do fascinante mundo das corridas.

Estabeleci como objetivo completar os cinco quilômetros abaixo dos trinta e seis minutos.  Consegui atingir esta marca em uma prova realizada no mês de maio. Cheguei ao final do ano com doze corridas de cinco quilômetros e o meu melhor tempo foi de 35:29 na minha penúltima prova do ano.

Para o ano de 2014 foram programadas treze provas. O fato de conhecer alguns percursos com certeza ajudou bastante.  Após cada prova passei a analisar as minhas parciais de cada quilômetro percorrido. Em meados de novembro consegui completar os cinco quilômetros em 34 minutos e 20 segundos.

Em 2015 tive a oportunidade de participar de vinte e quatro provas em diversos lugares de Curitiba, bem como pude formar novas amizades. Ao planejar a temporada de 2016 decidi que estava no momento de deixar o conforto dos cinco quilômetros e finalmente enfrentar os 10 km.

No final de março sofri uma queda e fraturei o ombro esquerdo. Felizmente não precisei engessar o ombro mas de muitas sessões de fisioterapia. Na minha primeira prova depois da fratura tive dificuldades para evoluir do trote para a corrida. Conseguia correr no máximo por cinquenta metros e logo tinha que voltar para o trote.

Por causa da fratura eu tinha medo de correr e sofrer uma nova queda. Precisei de muita paciência para recuperar a  confiança para voltar a correr. Em uma determinada prova alternei o trote com a corrida. A partir do momento em que me senti seguro passei aumentar gradativamente a distância. Foi assim até conseguir correr por um quilômetro sem parar. Com a recuperação da segurança passei a melhorar o meu tempo.

Na segunda metade da temporada enfrentaria onze provas e o objetivo era o de completar os dez quilômetros em menos de 1 hora e 15 minutos. Em setembro percorri os dez quilômetros da Etapa Primavera do Circuito das Estações em 1 hora, 13 minutos e 47 segundos, uma marca que me deixou muito contente depois dos problemas que enfrentei no primeiro semestre.

Na segunda semana de outubro participei da 1ª Corrida do Fogo, em comemoração ao aniversário do Corpo de Bombeiros do Paraná. Desde o início tive condições de desenvolver um bom ritmo de corrida e completei o percurso em 1 hora, 10 minutos e 46 segundos. Posso dizer que a temporada foi positiva apesar das dificuldades enfrentadas em decorrência na fratura no ombro.

Assim que foi divulgado o calendário das corridas de 2017 iniciei o planejamento da minha temporada. Dentre as provas escolhidas pelo menos duas deveriam ser significativas para comemorar os meus cinquenta anos de idade.

Uma delas seria a Meia Maratona Ecológica de Curitiba programada para o mês de maio e a outra a Maratona Internacional de Curitiba prevista para novembro. Dois grandes desafios a serem enfrentados em 2017.

A preocupação era me preparar para enfrentar os vinte e um quilômetros. Era importante reprogramar o cérebro e as pernas para a nova distância. Depois de algumas provas de cinco e de dez quilômetros finalmente chegou o dia sete de maio. Lá estava eu pronto para a largada da minha primeira Meia Maratona.

Devo confessar que ao longo do percurso pensei algumas vezes sobre o que eu estava fazendo ali. Enfrentei problemas mas apesar de todo o cansaço em nenhum momento pensei em desistir.  Várias pessoas me incentivaram principalmente nos metros finais. Sem dúvida os erros cometidos ficaram de lição. Percorri os vinte e um quilômetros em uma hora e quinze minutos. Cruzei a linha de chegada exausto mas contente por tem vencido este primeiro desafio.

Nos meses seguintes participei de outras provas. Neste intervalo de tempo surgiu a oportunidade de fazer a inscrição para outra meia maratona. Analisei as características do percurso e percebi que seria interessante participar desta prova.

Sabia que não seria fácil enfrentar os 21 km novamente. Como tinha um bom tempo até o dia da prova tive condições de treinar. Conversei com um amigo que me passou várias dicas. No dia seis de agosto lá estava aguardando a largada da meia maratona. Cerca de quinze minutos antes da largada escolhi um canto e me desliguei de tudo o que estava em volta de mim. Fechei os olhos, respirei com calma e relembrei a minha estratégia.

Procurei largar com calma e manter um ritmo lento. A minha estratégia consistia em dividir a prova em três partes de sete quilômetros. Cheguei muito bem ao final da primeira parte. Procurei sempre ter alguém dentro do meu campo visual em uma distância que me permitisse ter um referencial para manter o meu ritmo.

Completei os 14 km em pouco menos de duas horas. Passei a controlar a distância restante mas sem me preocupar com o tempo. Aumentei um pouquinho o ritmo depois de passar pela marca dos vinte quilômetros.

Iniciei a contagem regressiva da distância que faltava para o final. Fui num trote lento e quando faltavam cerca de vinte metros senti a panturrilha direita e depois a esquerda. Parei por alguns segundos e pensei “Agora não, falta só mais um pouquinho, estamos quase chegando”. Respirei fundo e procurei reunir o pouco de energia que me restava. Fui dando um passo atrás do outro até a linha de chegada.

Travei o relógio mas nem olhei para quanto tinha sido o tempo final. Somente ao chegar em casa fui analisar com calma as minhas parciais e vi que o tempo final tinha sido de 3:02:08.

Para comemorar os meus seis anos longe do sedentarismo participei da corrida Track & Field Park Shopping Barigui. Percorri os cinco quilômetros em 36 minutos e 41 segundos.

Nestes seis anos foram percorridos 2.671 km entre caminhadas, treinos e corridas. Até a Maratona de Curitiba enfrentarei três provas de dez quilômetros e muitos treinos.

 

 

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