A corrida que eu não terminei

Neste domingo participei de mais uma etapa do Circuito das Estações. Logo que cheguei percebi uma mudança em relação ao local de largada e chegada, algo que me deixou muito animado.

Larguei com tranquilidade e fui buscando espaço para poder desenvolver um ritmo confortável de corrida.  Como conhecia o percurso sabia que tinha que controlar o meu ritmo para poder enfrentar os trechos de subida mais adiante.

Ao longo do terceiro quilômetro percebi uma dificuldade para aumentar o ritmo das minhas passadas. O cérebro mandava acelerar mas as pernas não obedeciam. Apesar de conseguir aumentar o meu ritmo não consegui manter por muito tempo. Resolvi seguir em um ritmo de trote.

No quarto quilômetro passei a ter dificuldades para permanecer trotando e fui obrigado a reduzir para o ritmo de caminhada. Conseguia trotar por distâncias bem curtas e logo voltava a caminhar.

A partir deste momento passei a considerar a hipótese de abortar a minha corrida. A cada passo pensava se parava ou se tentava ir até o quilômetro seguinte. Fui num ritmo bem lento, com uma respiração tranquila e me hidratando com o copo de água que tinha comigo.

Quando me aproximei da placa que marcava os cinco quilômetros devo admitir que cheguei em pensar em seguir por mais um quilômetro. No entanto, reduzi ainda mais o meu ritmo e esperei que a ambulância ficasse do meu lado.

Imediatamente a enfermeira desceu da ambulância e perguntou como eu estava me sentindo. Expliquei que tinha um pouco de tontura e que as pernas não me obedeciam. Ela me questionou se eu estava com a sensação que ia desmaiar, respondi que não mas que resolvi parar exatamente com o intuito de evitar que isto acontecesse mais adiante.

O primeiro procedimento foi verificar a minha pressão arterial e os batimentos cardíacos. Ambos estavam normais e eu preferi seguir dentro da ambulância até o final da prova. Durante o trajeto fomos conversando e fui ficando mais tranquilo.

A ambulância parou alguns metros antes da linha de chegada. Cruzei a linha para fechar o meu tempo e fui até o ambulatório onde foram verificadas a frequencia cardíaca, a pressão arterial e a oximetria. Como estavam todos bem fui logo liberado.

Entreguei o meu chip, peguei a medalha e fui me hidratar. Aproveitei e também comi duas frutas. Esperei um pouco e fui embora para casa.

O que aconteceu hoje foi o resultado de uma noite de pouco sono. Mas felizmente eu soube reconhecer que não estava bem e tomei a decisão certa ao parar. Claro que fiquei muito triste com o que aconteceu pois desejava cruzar a linha de chegada vibrando com mais um prova completada.

Mas e se decidisse continuar até o final o que poderia acontecer nos próximos cinco quilômetros? os riscos de sofrer uma queda e se machucar com gravidade seriam cada vez maiores.

A medalha vai fazer parte da minha coleção e terá um significado todo especial. Agora é se concentrar para a corrida do próximo dia trinta de abril.

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